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    2 de novembro de 2009

    África do Sul - Parte II - Perdendo e Aprendedo -

    Com mais calma, pretendo contar aqui a incrível experiência que foi competir na África do Sul. Mas antes de tudo, eu gostaria de lembrar, que ninguém, nem mesmo o mais talentoso de todos os seres da face da terra, consegue chegar a algum lugar sozinho. Por isso, antes de tudo eu agradeço à aqueles que me ensinaram. Konomoto sensei, Nagatani sensei, e o meu irmão Akira Saito. Sem estas pessoas, não existiria campeonato, faixa, kimono ou qualquer outra coisa relacionada ao Karate.
    Muitos atletas, se esquecem da importância de ser grato à aqueles que cuidaram do seu crescimento. Como eu não sou como estas pessoas, sei do meu lugar e sou eternamente grato às minhas raízes. Senseis, muito obrigado por tudo.

    No primeiro dia, tivemos a cerimônia de abertura e as competições infantis. Fiquei orgulhoso ao ver dois alunos meus brigarem por medalha. O Vinícius ficou em Terceiro e a Victória, que perdeu por pouco e acabou em quinto (são dois terceiros). Valeu garotos !!


    Cerimônia de Abertura


    O Primeiro Dia

    Como faziam "apenas" 12 anos que a Goju-Kai do Brasil estava ausente dos mundiais por questões políticas (pra variar), nós chegamos lá exatamente como já imaginávamos desde o começo. Ninguém esperava nada de nós.
    Na noite anterior à nossa competição (segundo dia), no Hotel após o nosso último treino, eu pensava comigo " amanhã, eu vou surpreender".

    Lord Give a Sign

    Na área de aquecimento, eu vi os Indonésios e eles eram bons. Intimidado ? Claro que não, fui fazer ali na frente de um deles, para mostrar que eu não saí do Brasil à toa. Ciente de que corrida por fora, eu fiz o que pude para subir até o topo. Primeira rodada, 3 à 0, segunda 2 à 1. Infelizmente, nas quartas de final, eu vi que era o fim da linha. Cruzei com um dos Indonésios e sendo bem sincero agora que já passou a competição, ele tinha mais recursos técnicos que eu. Este atleta perdeu na semi-final e assim também se foi a minha chance do Bronze. De qualquer forma, se eu passasse para a semi-final ou se fosse para a disputa de terceiro, não creio que eu venceria. Já que nas duas hipóteses pegeria outro dos Indonésios (pragas), que também de fato, tinha mais a oferecer do que eu. Em resumo, acho que pode-se dizer que fui até onde dava.




    Perdendo e aprendendo. Os quatro primeiros colocados da categoria, eram superiores a mim. Sendo três Indonésios (pasmem) e um Iraniano (que já fez final com Abe, Milon e Valdesi). Eu me senti frustrado, porque acreditei que era possível, ao me deparar com esses caras, eu vi que a realidade não era bem a que eu imaginava. Comparado à eles, ainda estou um nível abaixo. Porém, há tempos, eu não tinha uma derrota tão motivadora, que mostrasse as possibilidades que ainda tenho pela frente. Fico feliz de ter dado o meu melhor. Foi bom ver aqueles caras, melhores do que eu. Com certeza isso vai me levar à outro nível e daqui a quatro anos, eu estarei no meu devido lugar. O topo.

    Entre Japoneses, Indonésios e Iranianos, no primeiro dia de competição dos adultos, nós nada conseguimos. Porém, eu considero em aprendizado, esse o dia mais importante de todos. Deus sabe o que faz. E o nosso, ainda estava guardado.

    Continua...

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