Os Saito

Salve. Bom. Agora com a maioria dos vídeos já editados e devidademente postados no youtube, deu para sentar com calma na frente do PC para postar aqui no blog.
A estadia no Uruguai me fez muito bem e já sinto saudades dos sete dias em que estive por lá, vagando pelas ruas de Montevideo. Cidade com certo romantismo no ar que vai desde a arquitetura de seus prédios antigos até as pessoas que habitam o local.
É muito comum ver pessoas durante o dia e também à noite, sentadas nas praças apenas desfrutando do clima da cidade. Gastronomicamente entre Chivitos e Alfajores, clássicos locais, também houveram descobertas inusitadas como o suco de Pomelo e a pizza quadrada para matar a fome.

Bom. Falando da competição, Graças à Deus toda a nossa equipe da Shizuoka Goju-Kan se saiu muito bem. Fiquei muito feliz em ver os nossos alunos se destacando e sendo elogiados por pessoas importantes dentro do cenário da Goju-Kai Mundial. O sucesso de todos me fez lembrar de uma época em que éramos apenas dois, eu e o meu irmão Sensei Akira.
Lembro de uma época em que eu ainda garoto, viajava com ele para todos os cantos no Japão, hora para treinar, hora para competir. Hoje olho ao redor e vejo que temos mais pessoas caminhando conosco.

Para mim, esse evento foi um evento muito especial. Pois é como retornar ao lugar onde tudo começou. Na minha linha, no meu estilo de Karate-Do. Além disso, este torneio marcou a despedida do meu irmão e eternamente ídolo sensei Akira Saito, das competições de Kata.

Após fazermos a final do Brasileiro da Goju-Kai deste ano, mais uma vez estávamos ali, frente à frente para disputar a final, só que desta vez, no Uruguai e por um título internacional. Minutos antes de começar a final tive a sensação de que se eu perdesse ali, não ficaria triste, pois o cara que estava na minha frente era merecedor de qualquer vitória no Karate e na vida.
Mas logo esse pensamento foi embora e eu percebi que aquele cara, só ficaria feliz se eu fizesse o melhor, se eu o vencesse com tudo que eu tenho e com tudo que eu aprendi com ele até hoje. Só assim ele ficaria feliz de verdade. Foi o que eu fiz.


Mas diferentemente do Campeonato Brasileiro, onde eu estava passando por alguns problemas pessoais e por consequência disso, tive que provar muita coisa para mim mesmo, nesta final a sensação foi a de que, a minha força para dar o meu melhor, era simplesmente a força da Gratidão por todos estes anos que o meu irmão esteve comigo ali dentro daquela quadra. O meu melhor, a minha vitória, tudo, foram simplesmente para agradecer:

5 à 0. É o fim de uma era para mim, pois o meu maior ídolo para e cede seu lugar dizendo que de agora em diante "eu sou o cara". O fim de uma era, porém significa o início de outra e quando lembro da época em que éramos só nós dois, vejo todos os nossos alunos e a minha sobrinha na arquibancada dando risada no colo da mãe. O tempo passa e os Saito hoje são parte do que nós ensinamos. E parte das novas vidas que levam o nosso sangue. Ni, hoje nós somos muitos !!!
Me despeço desse post aqui, com o nosso novo vídeo:
Agradeço ao apoio das pessoas de sempre, dos amigos, da família, dos patrocinadores que nos ajudaram, de todo mundo que colaborou de alguma forma. De nada adiantaria vencer, se não pudesse dividir a alegria da vitória com as pessoas. Muito obrigado à todos !!!
Só para terminar, ele se aposentou só no Kata Individual, então para o Bunkai, nossa história ainda está longe de ter um fim. Nós queremos o mundo !!!!

Para ver os vídeos dos nossos atltetas vá para o nosso Youtube.
Para ver as fotos da Competição e da nossa viagem, vá para o nosso Flickr.

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Courage

Sem prolongar. Estou contundido de molho novamente desde a última sexta-feira. Assim como no final do ano passado, o problema é no tendão do quadríceps. Com o inchaço, acaba sobrando também para o joelho e o resumo disso é que minha perna não dobra nem estica. Hoje já estou bem melhor em vista de sexta-feira, graças ao tratamento de acupuntura realizado pelo sensei Akira. Espero me recuperar o mais rápido possível, já que o mundial se aproxima.
Enfim, o que queria dizer hoje é que não adianta reclamar, espernear ou pensar no que já aconteceu. Isso não adianta em nada e muito menos apaga ou resolve o problema que já aconteceu. O que importa é sempre o que você faz agora. Leite derramado, não volta para o copo. Por tanto, limpe a sujeira com calma e aí, é só encher o copo novamente.

O vídeo fala por si. Clique no link e veja os feitos dos diversos atletas que aparecem no vídeo. E força Yelena, você é a melhor =D

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Um celular, as lembranças e o sol

Boa tarde. Os dias nublados e chuvosos continuam em São Paulo. Claro, sem falar do frio. Estou sem a minha rotina de treinos a quase um mês e quando passo pelas ruas da cidade, sinto uma tremenda falta de passar por ali correndo às 5 da manhã. Sinto falta de passar pelas pessoas, deixando para trás seus olhares e pensamentos. Sinto falta de correr.
Ontem, perdi meu celular. Deve ter caído dentro do ônibus e isso me deixou chateado. Mas foi bom também, porque me fez pensar no que isso me importa. O que me importa ? Por mais importante que seja, é só um objeto que Graças à Deus pode ser substituído. Que se dane.
Não é como as lembranças, muito menos como a saudade ou a alegria desses momentos únicos, que sobrevivem mesmo com a ação do tempo e da vida. Vivemos nos preocupando com dinheiro, bens materiais e coisas do tipo e sempre ou quase sempre, deixamos de notar o quanto vale o que carregamos do passado.
Minha mãe costuma me dizer, que a felicidade está nas lembranças. Eu concordo. Antes eu pensava que isso era errado, porque era se apegar à coisas que já passaram. Mas hoje eu entendo o que isso significa. Significa que as coisas que vivemos hoje, nunca serão esquecidas e apagadas, que até um momento triste, será motivo de alegria um dia, simplesmente porque ele será parte do passado. Nada se perde e as lembranças vivem para sempre, amigos, filhos, pais, músicas, lugares, momentos... Tudo sempre estará vivo. Então, o que é um celular ?
Tem dias, nublados e chuvosos como o de hoje, em que você simplesmente vai lembrando de tudo e de todos. Mas uma hora dessas, o sol volta e então, é hora de guardar as lembranças e sair para algum lugar. Fazer valer a luz e construir novas lembranças para amanhã.
Segunda-feira volto definitivamente à minha rotina de treino, com sol ou ainda só com sua lembrança talvez (depende das frentes frias), mas quer saber, que se dane.

Sunlight Heaven from Giugesco on Vimeo.

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Gashuko de Inverno 2009

Salve. Voltamos no domingo no final da tarde do nosso Gashuko de Inverno que acontece todos os anos. O final de semana foi muito frio e chuvoso, com temperatura de 8ºC às 6 horas da manhã, hora do nosso Zazen.
Ficar 45 min, sentado em cima das duas pernas, de joelho às 6 da manhã diante somente do som da natureza. A chuva caindo e ecoando como surround, os animais que se revezam nos seus sons como se fosse um ritual que comemora o início do dia, o vento que sopra na hora certa como se falasse algo, como se levasse parte de você que está ali, imóvel para outras partes do mundo, dizendo "não se preocupe, você é parte de tudo isso". O Zazen, sempre me faz entender o significado dos problemas. A dor sempre vai e vem, mas isso não tem a menor importância, quando se sabe que o mundo é muito maior que tudo isso e que você, é maior também, porque é parte importante dele. Não há respostas. Simplesmente porque as perguntas deixam de existir.
Fisicamente, foi puxado, levando à exaustão. Demos 2400 socos, 520 chutes, 540 polichinelos... sem contar o psicológico, para estar dentro de uma piscina, quando a temperatura externa é de 9ºC.
Apesar das doresm do cansaço, com certeza fica o gostinho de "quero mais". Isso, eu vou buscar no meu dia a dia, nas minhas experiências, no meu caminho.
Sinceramente, tenho dó do "praticante" de arte marcial que não vive 1/3 disso.

É claro que também a parte engraçada, as brincadeiras, não há tempo ruim com esse pessoal e é incrível como isso faz as coisas pareçam sempre mais fáceis, por mais difíceis que sejam. É claro que as pessos vão e vem, mas eu sinto um tremendo orgulho, de sempre estar ao lado do meu irmão SEMPRE, assistindo os que chegam, os que vão e os que estão do nosso lado. Muito obrigado sensei Akira, meu irmão. Pela crença, estando comingo nos momentos mais difíceis, me dizendo sempre da minha capacidade, quando às vezes eu mesmo chego a duvidar. Eu sempre estarei do seu lado, porque quero ser como vc (acho que já sou um pouco) que sempre está em pé, quando todos já estão caídos ou simplesmente desistiram de lutar.
Muito obrigado também ao pessoal todo que esteve no Gashuko, nunca tem tempo ruim com vocês. A gente sempre se diverte, mesmo com tudo doendo.

É isso, segue os vídeos do nosso já tradicional campeonato de quem come o sushi com wasabi:

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